A restauração é feminina
- APASA ASSOCIAÇÃO
- 25 de mai.
- 2 min de leitura

Por: Raimundo Bertino
O movimento de restauração, em suas diversas vertentes sociais, culturais e espirituais, encontra na força feminina um de seus pilares mais significativos. Historicamente, as mulheres têm desempenhado papéis fundamentais na reconstrução de sociedades, na preservação de tradições e na edificação de espaços de cura e renovação. No entanto, seu impacto muitas vezes é subestimado ou sub-representado nos registros oficiais.
O papel histórico das mulheres na restauração
Desde as grandes revoluções até os pequenos processos comunitários, as mulheres têm sido protagonistas na restauração. No Brasil, segundo dados do IBGE, 51,8% das iniciativas comunitárias de preservação ambiental e social são lideradas por mulheres. Isso inclui desde projetos de recuperação de áreas degradadas até programas de reintegração social para grupos vulneráveis. Além disso, pesquisas realizadas pela ONU apontam que, em contextos de reconstrução pós-conflito, quando mulheres assumem papéis de liderança, há uma chance 35% maior de que a paz seja sustentável a longo prazo.
Um exemplo marcante é o trabalho de Wangari Maathai, vencedora do Prêmio Nobel da Paz de 2004, que fundou o Movimento Cinturão Verde no Quênia. Sua iniciativa restaurou milhões de hectares de floresta, empoderando milhares de mulheres na África Oriental. No Brasil, temos figuras como Maria da Penha, cujo ativismo restaurou vidas ao transformar a luta contra a violência doméstica em um marco legal que protege mulheres em todo o país.
A restauração como expressão da força feminina
A restauração não acontece apenas na política ou no meio ambiente. Ela ocorre nas famílias, nas comunidades e nas estruturas sociais. Mulheres são as principais responsáveis por mais de 70% do trabalho de cuidado em todo o mundo, segundo a Organização Internacional do Trabalho. Essa dedicação se manifesta no ato de reerguer lares destruídos por crises, de recuperar relações afetadas por conflitos e de revitalizar espaços culturais que estavam esquecidos.
Em âmbito religioso, a restauração tem sido fortemente impulsionada por mulheres. De acordo com uma pesquisa da Pew Research Center, 60% dos fiéis engajados na revitalização espiritual de comunidades são mulheres. Elas lideram grupos, organizam eventos e promovem iniciativas para fortalecer laços e restaurar identidades individuais e coletivas.
O futuro da restauração feminina
O impacto feminino na restauração continua a crescer e ser reconhecido. A ONU Mulheres indica que, nos últimos 20 anos, houve um aumento de 40% no número de mulheres em cargos de liderança em projetos de desenvolvimento e recuperação ambiental. Além disso, o Global Gender Gap Report aponta que a participação feminina em movimentos sociais e restauradores está diretamente ligada ao progresso sustentável das nações.
Este artigo é um convite à reflexão sobre a importância da presença feminina nos processos de restauração. Mulheres não apenas participam desse movimento; elas o impulsionam, o estruturam e garantem que ele seja duradouro.
Portanto, ao falarmos sobre restauração, precisamos compreender que ela é, essencialmente, feminina.





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